Megalópole


Nessa cidade as coisas são diferentes
Os homens hoje estão descrentes
As festividades mudam as afetividades
As musicas cantam mais não encantam

No arco do viaduto
Mora um mendigo surdo
Pelos sons dos carros
Os seus sentidos
Estão mais caros

Um dia de chuva
Quando a moça se arruma
Os cabelos escovados na chapa
Ficam desprotegidos sem uma capa

As atrocidades são
As necessidades vão
Tudo é e vai a um lugar

Os sentidos da gente
Às vezes não há quem aguente
Ouvir tantas promessas
Mais o voto é só de festa

Vou para megalópole
Só posso ir a galope
O meu gargalo entope
Quando peço razão

As madrugas estão frias
As manhas mais quentes
O efêmero vento
Leva o meu acalento

As pontes aqui de ferro
Não levam prego e martelo
Os ônibus coletivos
Não buzinam
Eles já berram...
Tom Campos

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